Avante..

E de repente tudo mudou. Um vazio tomou conta de minh’alma e as portas se fecharam bem depressa. Tentei fugir mas não havia saída. Deixei ir quem eu mais amei nessa vida por ver simplesmente o amor se acabar. Qual o sentido na vida de alguém que vê um amor tão grande escorrer como água e ser absorvido pelo solo? O solo pode ser o outro alguém que meu bem irá encontrar e nem se lembrará mais de mim. Justo. Eu que não soube ser sensata, que não soube ser feliz.

Meus sonhos, minhas metas ficaram para trás. Ninguém era capaz de me reconhecer. A tristeza estava estampada ali e não havia nada além de lágrimas em meus olhos. Segurava um dia inteiro para que ninguém visse, tarefa impossível já que sempre percebiam, para que na noite eu pudesse me entregar ao choro e ouvir os meus próprios soluços virarem a trilha sonora da minha vida. Eu tinha ao meu lado o que precisava para ser feliz ou para alcançar a “felicidade”, se é que há de fato algum ponto da vida que esse chame felicidade, mas não soube reconhecer até ver que tudo poderia ser melhor.

Ingrata? Talvez.. Mas nada pude eu fazer quando vi o mundo se desbotar sem nenhuma explicação e em nada mais consegui encontrar a alegria que antes me contagiava. O que estaria acontecendo meu Deus? O que fez o mundo se tornar um parque de horrores? O palhaço não é mais engraçado, a queda d’água não me emociona, o salto de paraquedas não me anima mais. Talvez esse seja o fundo do poço. Talvez. Mas a cada dia tudo fica pior. Talvez não seja o fundo ainda, ainda haja mais o que cavar. Talvez cavando eu consiga uma saída. Talvez tenha uma maneira de sair daqui.

Olha só, a velha esperança está voltando a brilhar, tudo está ficando mais iluminado. Eu vou segurá-la e não deixar mais sair. E na certeza de que um dia algo mudaria eu segui cavando. Para muitos era loucura mergulhar cada vez mais em mim, cavar mais até onde não podia. Mas foi aí que me conheci. Foi aí que vi que sou capaz, que sou forte. Como na velha parábola do burrinho que caiu no poço eu fiz. Eu fiz a terra que atrapalhava que eu me conhecesse se transformar em meus degraus.

Fui capaz de iluminar as minhas trevas, assim como todo mundo é capaz. Deixei ir quem eu mais queria perto enquanto via “quem’s” eu não queria ali simplesmente ficar. Difícil? Sempre é. Impossível? Jamais. Um dia pode ser que algo o desafie, que alguém desacredite em você, mas basta que você saiba que tudo pode fazer para que a vida mude. E que a felicidade não é um momento, não é um lugar, não é alguém, não é o dia em que puder realizar o que deseja. A felicidade é o agora, é estar vivo. É sentir. E saber que nunca é tarde para tentar de novo, mesmo que tudo esteja ao chão. Você ainda tem os cacos? A cola é baratinha, vale a pena consertar.tumblr_mxar98GYYG1rw71fho2_500