Tarde de domingo

Aquela tarde de domingo ficou em minha memória.

Por todo o parque pessoas conversavam, crianças brincavam e eu…

Eu observava…

A vida parecia tão mais fácil ali, onde o sofrimento se fazia ausente e naquele dia quente fiz de ti a minha parada.

Assim como naquela tarde onde as árvores me refugiaram eu fiz de você a minha sombra, meu porto seguro, minha base.

Por muitos anos assim vivi: amedrontada, angustiada e procurando uma saída. Mas qual saída eu podia encontrar se era pra você que eu corria quando em prantos de agonia da vida eu me afastava?

Mesmo que por pensamento eu te sentia em cada momento perto de mim me acalmando. A distância não era nada, fiz de ti a minha estrada, mas no fim tudo virou pó.

Precisei me reestruturar e procurar por novos rumos, porque em nenhum lugar do mundo eu consegui te encontrar. Agora me diga querido, como você podia me ajudar se tu foste o motivo de minha tormenta?

E assim continuei pelo parque longo da vida e ao fim daquele domingo a segunda-feira me esperava. Nem preciso proferir o quão mal me senti naquele dia tão tedioso. Na verdade eu ainda acho que todos os dias de minha semana se tornaram segundas-feiras desde que eu te conheci.

Como pode um ser humano ter me feito tanto mal sem ao menos me tocar? Às vezes parecia que nada acontecia, mas só isso me bastava para começar a chorar.

Mas depois de tanto tempo, não sei se estou bem livre, talvez eu ainda esteja bem ligada a você. Mas mesmo assim enquanto isso eu vou levando do meu jeito, se não existe um mundo perfeito… eu escolho chorar por você…